Competição, emoção e desportivismos dominam jornada de Valpaços do CISET 4X4
A cidade de Valpaços acolheu no passado domingo o CISET 4x4 Valpaços 2019 a sexta das oito provas que compõem o Challenge Ibérico Super Extreme Trial 4X4 uma prova organizada pela APTE - Associação Portuguesa de Trial Extremo e pelo Clube Trepa Tudo.
Duas dezenas de equipas visitaram a cidade do Alto Tâmega proporcionando um grande espectáculo desportivo repleto de luta e emoção até ao último minuto de prova, mesmo nas classes em que o resultado se decidiu muito antes da bandeira de xadrez.
O programa da edição de 2019 da prova Transmontana apresentava algumas novidades relativamente à edição de 2018 sobretudo porque a prova se disputava num só dia. Porém a diferença mais evidente e que se revelou ser bastante acertada foi a mudança do local da prova, com as pistas a estarem agora desenhadas praticamente dentro da cidade, aproximando a prova do publico. Para além de uma nova localização, foi utilizado um esquema inédito nas provas de um dia, em que o prólogo foi disputado num local e a prova de resistência em outro. Apesar de não ser uma novidade absoluta, pois nas provas de dois dias há muito que esta solução é usada, a opção por duas pistas permite que a pista de resistência tenha todos os obstáculos intactos no momento do arranque deste sector.
Classe UTV: #CESTA 80 – Uma equipa que valeu por mil
Quando alguém observa uma lista de inscritos em que figura apenas um participante, a esmagadora maioria é levada a pensar que esse piloto tem o resultado garantido e que não se vai empenhar na prova em busca do primeiro lugar. Porém de um modo geral tal não acontece nos eventos do CISET 4x4, e muito menos na prova de Valpaços onde Luís Edgar da equipa Cesta #80 que participou na classe UTV (Extra troféu) andou como poucos provando que mesmo com um "pequeno" UTV a diversão e espetáculo é em igual proporção à dos veículos maiores.
No prólogo não teve grande problemas percorrendo o setor de forma suficientemente rápida. Na resistência a história foi um pouco diferente, começando por ter problemas logo num dos primeiros grandes obstáculos da pista, mas uma vez solucionados esses mesmos problemas tudo mudou de figura. Com um ritmo cada vez mais elevado e face à ausência de adversários na classe, a "#CESTA 80" acabou por se envolver em despiques muito renhidos com os participantes de outras classes.
Classe Fun: Solo do Tean Moto Nogueira
Funcionando sobretudo como classe promocional, a Classe FUN é a que maior flutuação de participantes apresenta ao longo de toda temporada, ora batendo recordes ora apresentando listas muito reduzidas. Em Valpaços apenas José Nogueira (Team Moto Nogueira) compareceu inscrito nesta classe, mas tal como na classe UTV, pelo facto de não ter adversários na classe, tal não significou que a equipa acabasse por se limitar a um "passeio no parque". Na verdade, esta equipa que compartilhou as pistas com a classe FUN "apenas" deu 12 voltas ao exigente circuito de perícia, ou seja, tantas voltas como o vencedor da classe Promoção. A prestação equivalente à do melhor da classe superior dá bem conta do espetáculo e empenho que Luís Nogueira colocou nesta sua participação.
Classe Promoção: Team Dominator ‘domina’ em Valpaços
Apesar de ser uma das classes mais baixas do CISET 4x4, o espetáculo que a classe Promoção tem vindo a proporcionar ao longo de toda a temporada tem estado ao mais alto nível, não só porque tem sido regularmente uma das classes mais participadas, mas também pelo empenho dos participantes. Valpaços mais uma vez confirmou esta regra, pois a Classe Promoção foi a mais participada ao apresentar 7 equipas, e foi também nesta classe que alguns dos mais aguerridos duelos tiveram lugar.
Estando Emanuel Luz (Team Repower 4x4) inscrito, é sempre de esperar ver o seu endiabrado Toyota nos melhores lugares da classificação desta classe, e foi isso mesmo que aconteceu no prologo, com o piloto de Abrantes a assumir-se como o primeiro líder. Carlos Oliveira (Equipa O Cantinho / MM6018) era o segundo mais rápido e o Espanhol Manuel Fitz em terceiro completava o pódio provisório.
Já na prova de resistência as coisas viriam a ser algo diferentes. Tanto Emanuel Luz como Manuel Fitz foram dos mais rápidos em pista, porem ambos foram vítimas de avarias mecânicas que os fizeram atrasar e perder muito tempo, não conseguindo manter as posições conquistadas no prologo. Com dois adversários "perigosos" fora do caminho, Sérgio Torres (Team Dominator) assumiu-se como líder da resistência, terminando em primeiro lugar e sendo a única equipa que conseguiu dar 12 voltas à pista. António Martins (Equipa Tiajo/Tuff4X4), apesar de um percalço num dos obstáculos conseguiu dar 11 voltas e garantiu o segundo lugar. Carlos Oliveira (Equipa O Cantinho / MM6018) confirmava o terceiro lugar ao conseguir realizar 10 voltas.
A classificação final acabaria por ser idêntica á da prova de resistência, com Sérgio Torres a ser o grande vencedor, seguido de António Martins em segundo e de Carlos Oliveira em terceiro.
Classe Proto: Domingos Dinis vence duelo com Angelo Tiago
A prova da classe Proto foi bastante interessante de seguir e com alguns momentos bastante emotivos pelo meio. Óscar Barroso (MatBarroso) foi o piloto mais rápido no prologo, seguido de Ângelo Tiago (Team Helder Tiago Offroad) em segundo lugar e de Diogo Barros (Equipa Tuff4X4) em terceiro.
Seria de prever que a prova de resistência iria ser muito animada, mas poucos esperavam que a mesma começasse com um aparatoso capotanço de Óscar Barroso logo no início quando os carros se tocaram logo no início. Após alguns minutos para se recompor e recolocar a viatura sobre as quatro rodas com a ajuda do Team Exigente TT, Óscar Barroso regressaria á corrida para lutar pela vitória.
No final das duas horas de competição, a diferença entre primeiro e segundo resumia-se a 1m 32s, com vantagem para Domingos Dinis (Equipa Alcapões.pt) que cruzava a meta á frente de Ângelo Tiago (Team Helder Tiago Offroad). Óscar Barroso seria forçado a parar quando ainda faltavam cumprir cerca de 20 minutos de prova numa altura em que somava 7 voltas, suficiente para conseguir o terceiro lugar, mas privado o piloto da equipa MarBarroso de uma vitória praticamente certa apesar do início de prova atribulado onde perdeu vários minutos.
A classificação final desta classe acabaria assim for ficar definida no decurso da prova de resistência, com Domingos Dinis a ser o grande vencedor, enquanto Ângelo Tiago ficou em segundo e Óscar Barroso em terceiro.
Classe Super Proto: Diesel Versus Gasolina
Com a esmagadora maioria dos inscritos a apresentarem-se com veículos equipados com motorização diesel, apenas Adriano Santos (Equipa ASH Team) estava em representação dos que elegeram os motores a gasolina. Porém, desde o início da competição que se percebeu que a equipa Madeirense apesar de estar em minoria não iria entregar a vitória de mão beijada a um dos pilotos dos carros a diesel.
Flávio Gomes -Tabô PaCar Team 4x4 foi o mais rápido no prólogo, seguido de perto por Adriano Santos em segundo lugar e por António Silva (Equipa Canelas Pneus/Estúdio OffRoad) em terceiro.
Durante a prova de resistência, Flávio Gomes e Adriano Santos acabariam por ficar sozinhos na luta pela vitória, acabando ambas as equipas por conseguirem dar 7 voltas ao exigente circuito. Flávio Gomes seria o primeiro a cruzar a meta, com mais de 5 minutos de vantagem sobre o seu rival Madeirense que terminava assim em segundo lugar. Muito distante, com apenas 4 voltas realizadas, terminava em terceiro António Silva.
A classificação da componente de resistência ditaria o resultado final da Classe Super Proto, com Flávio Gomes em primeiro, Adriano Santos em segundo e António Silva em terceiro.
Flávio Gomes somaria ainda o triunfo na subclasse Super Proto Diesel, enquanto Adriano Santos conquistava troféu idêntico, mas na subclasse Super Proto Gasolina.