Fernando Teotónio triunfa Constálica Rallye Vouzela
O Constálica Rallye Vouzela, versão 2020, é um espelho do que aconteceu em 2019 em termos de vencedores: Fernando Teotónio venceu a prova do Gondomar Automóvel Sport, enquanto Carlos Matos venceu a classe X5 e o mais rápido da competição. No entanto, Armando Carvalho foi o piloto que reuniu o maior número de pontos do Campeonato Centro de Ralis.
Apesar de estamos a viver tempos difíceis, em que o mundo inteiro está a preferir pelo isolamento social em consequência da pandemia do novo coronavírus, a felicidade invadiu de novo a região de Lafões e com motivos para sorrir novamente. A satisfação foi um “prato” servido com primor para um conjunto de pilotos e equipas na terceira jornada do Campeonato Centro de Ralis e uma lufada de ar fresco para os aficionados da modalidade.
Que o digam Fernando Teotónio e Luís Morgadinho que saíram da região de Lafões bastante felizes com o incontestável triunfo no Constálica Rallye Vouzela, com o Mitsubishi Lancer Evo IX a denotar saúde quanto bastante, passando no teste com nota positiva em plena pandemia da Covid-19.
O piloto do Fundão, à semelhança do ano passado, carimbou o triunfo que liderou desde a segunda especial por troca com a dupla Luís Mota e Alexandre Ramos, em Mitsubishi Lancer Evo VII, a mais rápida no troço de abertura.
Depois de tomar o gosto da vitória, em 2019, numa região em que a festa dos ralis está perfeitamente firmada, Fernando Teotónio e Luís Morgadinho não deixaram que outros saboreassem a “especialidade” de Vouzela com selo de vitória nas estradas asfaltadas deste território de Lafões, com o tempo final de 35m51,9s.
Com o triunfo da sétima edição do Constálica Rally Vouzela entregue sem espinhas, a discussão pela segunda posição foi batalhada ao segundo e imprópria para cardíacos, com Luís Mota e Armando Carvalho a manter um ritmo absolutamente frenético, com mudanças contínuas na classificação. Depois de tanto porfiar, o piloto do Cartaxo, Luís Mota, acabou por garantir o lugar intermédio do pódio, a 27,1s do vencedor.
Já Armando Carvalho e Ana Santos, que depois de batalhar com enorme determinação, tiveram de contentar-se com a terceira posição, a 5,1 segundos da formação cartaxense, mas também foram os que mais saíram beneficiados em termos de Campeonato Centro de Ralis. A dupla proveniente de Vila Nova de Poiares acumulou o maior número de pontos em Vouzela dado que as duas primeiras formações não estão inscritas no campeonato, dando um salto de gigante rumo ao tão ambicionado título.
Refira-se que as três primeiras equipas mais rápidas no “Centro de Ralis” organizado pelo Gondomar Automóvel Sport, são preparadas na Domingos Sport Competição, o que, “traduzido por miúdos”, não deixa de ser colossal para uma estrutura de assistência sediada em Alcanede, situada numa encosta próxima da Serra d’Aire e Candeeiros, a norte de Santarém.
Ernesto Cunha e André Couceiro, em Peugeot 208 Rally4, foi a dupla que, ao terminar na quarta posição, a 39,1 segundos do vencedor, “esbarrou” a progressão de Daniel Ferreira e Rodrigo Pinheiro, em Mitsubishi Carisma GT preparado pela Domingos Sport, não os deixando juntar aos três primeiros classificados, fechando o “top five”, além de levar de vencida nas Duas Rodas Motrizes (2RM).
Irrepreensível esteve Rui Madeira, piloto que dispensa apresentações e que optou pelo Constálica Rallye Vouzela para regressar à competição e assinalar 30 anos de carreira – a estrutura organizativa, juntamente com a Promolafões, distinguiu-o com um troféu alusiva à efeméride. O piloto de Almada, vencedor da Taça FIA de Grupo N, em 1995, voltou a sentar-se num Mitsubishi Lancer III da velha geração para, juntamente com Paulo Fiúza – navegador de Mafra que este ano alinhou no Rali Dakar com o piloto francês Stéphane Peterhansel – terminou na sexta posição, a 1m10,4s, do vencedor.
José M. Gomes e Pedro Vaz, em Ford Fiesta, concluíram a prova na sétima posição, a 1m19s, na frente da dupla lusense Raul Aguiar e Pedro Pereira, em Mitsubishi Lancer Evo VIII, a 6,4 segundos, cabendo a Rui da Silva Santos e João Sebastião (Subaru Impreza GRB) e Jacinto Oliveira e Sérgio Aguiar (Renault Megane Sport) terminar na nona e 10.ª posição, a 1m26,2 e 2m26,2 do topo da pauta classificativa, respectivamente.
Numa prova pautada por muita bravura dos pilotos e onde não faltou um acidente na terceira especial, protagonizado por António Santos e Tiago Silva (Opel Kadett GSi) sem consequências para piloto e navegador, muitas outras equipas foram não concluíram o Constálica Rallye Vouzela, entre as quais David Santiago e Tiago Neves (Peugeot 206 GTi), Frederico Monteiro e Paulo Santos (Peugeot 206 GTi), Joaquim Rodrigues e Ulisses Martins (Ford Fiesta R 2T), José Loureiro e Nuno Alves (Skoda Fabia R2), Pedro Antunes e Duarte Susano (BMW E30), Jacinto Torres e Nuno Carvalhosa (Mitsubishi Lancer Evo VIII) e Pedro Cecílio e Tiago Ribeiro (Fiat Punto HGT).
Carlos Matos vence “Constálica” pela quinta vez
Na prova extra reservada, em que alinharam seis equipas do Grupo X5, apenas chegaram ao fim metade e, à semelhança do ano transacto, Carlos Matos não deixou a sua marca por mãos alheias e regressou ao lugar onde é muito feliz: no lugar mais alto do pódio. Em sete edições do Constálica Rallye Vouzela, o piloto de S. Pedro do Sul, este ano navegado por Ricardo Faria no “irrequieto” Peugeot 208 T16, contabiliza cinco triunfos, continuando a quebrar recordes e posiciona-se para um registo histórico na competição disputada na “sua” região de Lafões.
Dominando de fio a pavio, Carlos Matos apenas não venceu a segunda passagem pela especial da Senhora do Castelo/Constálica, com Alfredo Barros e Pedro Alves, aos volante de um Citroën C3 R5, a “arruinar” a hegemonia no conjunto de triunfos em troços. No entanto, o piloto nortenho acabou por ficar pelo caminho na quarta especial com uma avaria na viatura da marca “double chevron”.
Depois de ter rodado sempre na traseira do Peugeot 208 T16 de Carlos Matos, o piloto Luís Rocha e o navegador Rui Raimundo também acabaram por abandonar com problemas no Ford Fiesta R5 MKII na quarta especial. Inglória foi, uma vez mais a participação de André Cabeças e Ilberino Santos, com uma saída de estrada com o Citroën DS3 R5 na terceira especial, atirando-os para fora de prova.
As resistentes formações João Marcelino e Nuno Ribeiro (Renault Clio R5) e Rui Custódio e André Bastos (Renault Clio RS R3T) discutiram entre si a segunda posição até ao fim, decidida a favor da desta última dupla, por uma penalização de 10 minutos atribuída à primeira.
Um desfecho que retirou ao jovem João Marcelino a primazia de ocupar o degrau mais baixo do pódio e festejar ao lado do progenitor, embora o terceiro lugar é reflexo de uma prova consistente. Já Rui Custódio, que utilizou uma estratégia de não cometer erros e procurar levar a viatura francesa da marca do losango ao fim, acabou por ser bafejado pela sorte.