Dakar 2020: A primeira vez na Arábia Saudita com 75% do percurso em areia e 11 portugueses na corrida

Depois de três décadas em África, e mais uma na América do Sul, o Rali Dakar de Todo-o-Terreno escolheu como palco para 2020 a Arábia Saudita.

A prova, que vai na 42ª edição, arrancou no passado domingo em Jeddah, a segunda cidade mais importante da Arábia Saudita e conta com um total de 12 etapas e apenas um dia de descanso pelo meio. Uma luta renhida pela vitória até ao próximo dia 17, dia em que a prova termina em Riade.

Disputado pela primeira vez na Arábia Saudita, com 75% do percurso em areia, o Dakar 2020 conta com a participação de 11 portugueses, entre motas (seis), carros (três), SSV (um) e camiões (um), que têm pela frente um traçado repleto de dunas, com um total de 7.500 km, dos quais 5.000 contra o relógio, o que faz deste Dakar o mais longo dos últimos 10 anos, em termos de percurso cronometrado.

Nos carros, Paulo Fiúza vive aos 44 anos, o momento mais alto de uma longa carreira como navegador, ao alinhar no Rali Dakar num Mini John Cooper Works da X-Raid ao lado de Stéphane Peterhansel, considerado o ´Senhor Dakar´. O francês procura na Arábia Saudita a 14.ª vitória naquele que é considerado o rali-raide mais duro do mundo e o português poderá ser o primeiro a subir ao degrau mais alto do pódio. Natural de Mafra, Fiúza estreou-se no Rali Dakar em 2006, ainda em África.

O navegador Filipe Palmeiro acompanha o piloto lituano Benediktas Vanagas numa prova que marca a estreia dos irmãos Porém, Ricardo e Manuel, ao volante do carro alemão Borgward BX7 EVO.

Já Pedro Bianchi Prata alinha como navegador do piloto de ralis do Zimbabué Conrad Rautenbach (PH Sport) na categoria SSV - classe TT3, enquanto José Martins alinha com um DAF nos camiões.

 

Primeira etapa favorável aos portugueses

Os leirienses, Ricardo que faz dupla com o irmão Manuel Porém terminaram a primeira etapa do Dakar no top 25, ao concluírem o percurso na 23ª posição da geral, a 39m18s do primeiro classificado. Segundo Ricardo Porém, o «percurso ficou marcado por ´imensa pedra´, “tornando-o ainda mais difícil assim como a sua navegação».

Paulo Fiúza, copiloto do mítico Stéphane Peterhansel, concluiu a primeira etapa na segunda posição, com mais dois minutos que o primeiro classificado.

 

Um Dakar rumo ao desconhecido

No segundo dia da prova, os irmãos Porém ascenderam à 17ª posição da geral.

Pedro Bianchi Prata, antigo motard que faz dupla com Conrad Rautenbach liderou parte da etapa 2 do Dakar 2020, tendo terminado o dia na 2ª posição. Com este resultado a equipa ascendeu ao 6º lugar da classificação geral absoluta dos SSV.

Uma etapa que não foi tão eficaz para Paulo Fiúza e Stéphane Peterhansel que devido a alguns contratempos técnicos, acabaram no oitavo lugar da geral, a mais de 20 minutos do líder.

Quanto a Filipe Palmeiro, que corre ao lado do lituano Benediktas Vanagas, numa Toyota, tiveram um início de Dakar cauteloso, e terminaram o segundo dia na 15ª posição da geral, ainda longe do que é o objetivo da dupla.

Ainda há muitos quilómetros para percorrer, num Dakar que marca pela diferença, até pelas restrições impostas pela Sharia, a lei islâmica que vigora na Arábia Saudita que proíbe o transporte e o consumo de álcool ou drogas e a presença de carne de porco no acampamento, além de alguns cuidados com o vestuário, como não usar calções com o corte acima do joelho, circular em público com o tronco descoberto ou com os ombros à mostra.